segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Velocidade tem de ser compatível com a qualidade da rodovia, afirma especialista

Zero Hora (RS)
Limite na BR-101 passará a ser de 110 km/h
    O aumento do limite de velocidade na BR-101, de 80 para 110 km/h, provoca discussões e divide opiniões entre especialistas em segurança viária. O professor do Laboratório de Sistemas de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), João Fortini Albano, defende a medida e critica uma suposta cautela dos governantes para efetivarem as mudanças.
    — Sou a favor. Todos os padrões geométricos, tanto da BR-101, quanto da freeway, mostram que há compatibilidade. Há anos que os governos gaúchos têm uma grande cautela com o aumento de velocidade. Construir estradas boas e reduzir a velocidade é um retrocesso — critica.
    Além das boas condições da rodovia, outro fator que engrossa a opinião do especialista é o comportamento dos motoristas diante de uma rodovia bem pavimentada e espaçosa.
    — Não adianta tu limitares a velocidade a 80 km/h, porque o condutor que estiver na rodovia vai sentir que pode andar mais, e vai desenvolver uma velocidade maior. Com isso, vamos aumentar o número de multas e vai aumentar a revolta dos motoristas — explica.
Aumento de acidentes é temido por outros especialistas    Especialistas em trânsito no Estado ouvidos por ZH são cautelosos sobre o aumento do limite de velocidade em rodovias. O titular da Divisão de Crimes de Trânsito da Polícia Civil, Gilberto Montenegro, entende que a medida pode gerar mais acidentes.
    — Se com menos velocidade já ocorrem acidentes, imagina com mais velocidade. Isso não vai melhorar o fluxo, vai é causar mais acidentes. O que tem de melhorar é construir mais estradas — afirmou.
    Titular do Comando Rodoviário da Brigada Militar, com especialização e pós-graduação na área de trânsito, o coronel Edar Borges Machado considera que tanto a BR-101 quanto a freeway são compatíveis com as velocidades máximas atuais. Para ele, a velocidade pode não definir o número de acidentes, mas, sim, a gravidade deles.
    Chefe da Comunicação da Polícia Rodoviária Federal, Jorge Nunes salienta que para operar a mudança é preciso um estudo aprofundado. Questões como largura de faixas e de pontes e o traçado das vias têm de ser levadas em conta. Desde o início do ano, pelo menos 21 pessoas morreram em acidentes na BR-101.
No país     Trechos de algumas rodovias brasileiras que permitem limite máximo acima dos 100 km/h:
- Bandeirantes (São Paulo-Cordeirópolis) – 120km/h
- Castello Branco (São Paulo–Itu) – 120 km/h
- Washington Luis (São Carlos– Mirassol) – 110km/h
- Fernão Dias (São Paulo-Belo Horizonte) – 110 km/h

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