sexta-feira, 11 de março de 2011

Nossa guerra particular

Jornal Brasil

Neste Carnaval, 213 pessoas morreram em 4.165 acidentes nas estradas federais do país, o maior número desde 2003. No ano passado, foram 143 mortes, 47,9% menos que agora. O assessor nacional de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Alexandre Castilho, em entrevista ao Jornal do Brasil, criticou a falta de verbas para campanhas educativas, o tom brando dos anúncios do governo e a pouca atenção que as escolas dão à educação no trânsito.


Além disso, o policial rodoviário lembra que há um déficit de 4 mil homens na corporação a que pertence e disse que a falta de fiscalização nos municípios menores incentiva os maus hábitos dos motoristas.

– O orçamento de publicidade da PRF beira a jocosidade – lamentou o policial.

“Há um déficit de 4 mil homens na PRF” 

Por quê esse aumento no número de acidentes? 
– Em primeiro lugar, o número de veículos foi maior nas rodovias federais, proporcional ao aumento acidentes. As condições climáticas, sol no Sul e Nordeste, atraindo muita gente, e chuva fraca e constante no restante das regiões, o que não impediu viagens e deslocamentos, também contribuíram para o aumento, quando em 2010, choveu torrencialmente no Sudeste. Outro fator, que não é novidade, é a imprudência do motorista.

Quais os pontos mais perigosos? 

– Historicamente, a BR-381, que liga Belo Horizonte a Vitória, e a BR-101, no estado do Rio de Janeiro são os principais. Ambas têm longos trechos sinuosos, muito fluxo, e pista com mão e contramão sem canteiro divisório.

Por quê sexta-feira e sábado foram os dias com mais acidentes e mortes nas rodovias federais? 

– As saídas para os destinos são concentradas nessas datas. Na sexta, por exemplo, os motoristas viajam depois do trabalho, cansados e ansiosos para chegar. O que leva a ultrapassagens indevidas. No sábado, o número de mortos foi alto devido a um acidente em Santa Catarina, onde 27 pessoas morreram.

O efetivo é suficiente para patrulhar os 66 mil quilômetros da malha viária? 

– Énotórioqueháumdéficit de 4 mil homens na instituição. Por lei, o efetivo teria de ser de 13 mil pessoas. Isso atrapalha nosso trabalho. Somos uma polícia ostensiva, que tem de estar presente. Hoje, parte da fiscalização é biônica, feita por câmeras e radares.

Há planos para aumento desse efetivo? 

– Uma suspeita de fraude interrompeu um concurso feito em dezembro de 2009. A PRF rescindiu o contrato com a organizadora, que paralisou o certame através de liminares. São 750 vagas que dependem de decisão da Justiça Federal.

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