quarta-feira, 16 de março de 2011

Marcos Musafir: O motorista brasileiro se acha um super-homem

O Carnaval de 2011 foi o mais violento nas estradas federais brasileiras desde que se começou a fazer balanços de acidentes. Foram 213 mortes — é como se um Boeing 787 tivesse caído e matado todos os seus passageiros. Pesquisador de violência no trânsito e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia , o médico Marcos Musafir defende mais fiscalização e revela que os acidentes nas ruas e estradas são responsáveis por boa parte dos atendimentos ortopédicos no País.

— Qual é o impacto do trânsito nos atendimentos ortopédicos?

— Em média, 85% de pacientes politraumatizados sofreram algum acidente de trânsito. No Estado do Rio, as emergências recebem cerca de 90 pessoas por dia com traumas provocados no trânsito.

— O números são assustadores, não?

— Se nada mudar até 2020, a primeira causa de mortes no mundo será o trânsito. Nosso maior desafio é convencer as autoridades de que o trauma no trânsito é evitável e merece investimentos de prevenção. Precisamos de mais ações concretas como melhoria das vias, educação e fiscalização. O poder público tem que ser chamado à responsabilidade para garantir a segurança nas ruas e estradas.

— Os acidentes hoje são mais fatais?

— No ambiente urbano, diminuiu o número de lesões porque há menos acidentes. Mas, quando eles acontecem, são bem mais graves por causa da alta velocidade. O motorista se acha um super-homem. Ele não se toca de que tem uma arma nas mãos.

Fonte: O Dia Online

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